Coisas
Miojo que passarinho não come
Além de Mao, Shirley, Helen e Caxambu, tenho outra amiga na China, de quem ainda não falei: Renata Sung. (Já dá para fazer um time de futsal com minha turma). Filha de mãe chinesa e pai brasileiro, Renata veio estudar mandarim aqui por um ano. Foi ela quem me levou para ver os sapos e enguias no Carrefour, me ajudou a comprar uma câmera fotográfica (dura na queda na arte da pechincha) e, ontem, me apresentou ao corredor de miojos do supermercado. Como ela diz: irado! Melhor ainda, ela me passou a técnica de sobrevivência na China: você esquenta água na garrafa térmica elétrica usada para o chá (tem uma aqui no quarto, em cima do frigobar) e a despeja no pote de miojo, no melhor estilo Macgiver na cozinha. Comprei logo uns cinco potes coloridos.
Ontem fiz meu primeiro miojo. Você saca logo a sofisticação do produto: eles não têm apenas um saquinho com aquele pó radioativo, mas três: um com o pó, outro com temperos e uns floquinhos de algo que intuo ser carne desidratada e outro com uma espécie de gel laranja. Acho que o último era pimenta – ou urânio enriquecido?
Renata bem que me avisou: “esses que têm uma malagueta desenhada são muito fortes, viu?” Não dei ouvidos. Quase morri. Fiquei na varanda, com a boca aberta no trigésimo andar, esperando que o vento vindo da Sibéria acalmasse minhas judiadas papilas. Tudo bem. Como dizia Nietzsche, o que não me mata me fortalece. Ou, como dizia tia Corália, o que não mata engorda.
Pantufas
Minha amiga Bia pediu para eu falar mais sobre pantufas. Não sei muita coisa, só sei que não se entra calçado em casa. Você deixa o sapato ao lado da porta e eles te dão umas pantufas. Na casa do Mao tem um armário ao lado da entrada, onde eles guardam umas sobressalentes, embaladas em plástico e tudo. Não sei se depois eles jogam fora ou embalam de novo.
Aqui no hotel é a mesma coisa. O funcionário veio trazer um travesseiro, deixou o sapato no hall e entrou de meia. Será que eu deveria ter pantufas para oferecer a ele? Vou perguntar pro Mao.
Cócoras
A leitora Nana caçoa da minha incapacidade de acocoração e sugere que eu faça yoga ou pilates. Cara Nana, em primeiro lugar, queria dizer que sou bastante alongado (para um homem). Em segundo: não é qualquer cócoras essa praticada por aqui. Trata-se de toda uma técnica milenar, que exige não só alongamento, mas equilíbrio e, acredito até, paz de espírito. Acho que sou capaz de aprender a cerimônia do chá inteira antes de me agachar como eles sem cair de bunda.
Slim Ling Ling
Os chineses são todos magros. Comem esse monte de carne e macarrão e têm esses físicos de Bruce Lee, lépidos e fagueiros. Qual será o segredo? Até agora, vi uma única chinesa gorda. Tentei pegar a câmera, correndo, para filmar, mas ela também era lépida e fagueira, apesar do sobrepeso, e sumiu na multidão. Seria coreana?
Além de Mao, Shirley, Helen e Caxambu, tenho outra amiga na China, de quem ainda não falei: Renata Sung. (Já dá para fazer um time de futsal com minha turma). Filha de mãe chinesa e pai brasileiro, Renata veio estudar mandarim aqui por um ano. Foi ela quem me levou para ver os sapos e enguias no Carrefour, me ajudou a comprar uma câmera fotográfica (dura na queda na arte da pechincha) e, ontem, me apresentou ao corredor de miojos do supermercado. Como ela diz: irado! Melhor ainda, ela me passou a técnica de sobrevivência na China: você esquenta água na garrafa térmica elétrica usada para o chá (tem uma aqui no quarto, em cima do frigobar) e a despeja no pote de miojo, no melhor estilo Macgiver na cozinha. Comprei logo uns cinco potes coloridos.
Ontem fiz meu primeiro miojo. Você saca logo a sofisticação do produto: eles não têm apenas um saquinho com aquele pó radioativo, mas três: um com o pó, outro com temperos e uns floquinhos de algo que intuo ser carne desidratada e outro com uma espécie de gel laranja. Acho que o último era pimenta – ou urânio enriquecido?
Renata bem que me avisou: “esses que têm uma malagueta desenhada são muito fortes, viu?” Não dei ouvidos. Quase morri. Fiquei na varanda, com a boca aberta no trigésimo andar, esperando que o vento vindo da Sibéria acalmasse minhas judiadas papilas. Tudo bem. Como dizia Nietzsche, o que não me mata me fortalece. Ou, como dizia tia Corália, o que não mata engorda.
Pantufas
Minha amiga Bia pediu para eu falar mais sobre pantufas. Não sei muita coisa, só sei que não se entra calçado em casa. Você deixa o sapato ao lado da porta e eles te dão umas pantufas. Na casa do Mao tem um armário ao lado da entrada, onde eles guardam umas sobressalentes, embaladas em plástico e tudo. Não sei se depois eles jogam fora ou embalam de novo.
Aqui no hotel é a mesma coisa. O funcionário veio trazer um travesseiro, deixou o sapato no hall e entrou de meia. Será que eu deveria ter pantufas para oferecer a ele? Vou perguntar pro Mao.
Cócoras
A leitora Nana caçoa da minha incapacidade de acocoração e sugere que eu faça yoga ou pilates. Cara Nana, em primeiro lugar, queria dizer que sou bastante alongado (para um homem). Em segundo: não é qualquer cócoras essa praticada por aqui. Trata-se de toda uma técnica milenar, que exige não só alongamento, mas equilíbrio e, acredito até, paz de espírito. Acho que sou capaz de aprender a cerimônia do chá inteira antes de me agachar como eles sem cair de bunda.
Slim Ling Ling
Os chineses são todos magros. Comem esse monte de carne e macarrão e têm esses físicos de Bruce Lee, lépidos e fagueiros. Qual será o segredo? Até agora, vi uma única chinesa gorda. Tentei pegar a câmera, correndo, para filmar, mas ela também era lépida e fagueira, apesar do sobrepeso, e sumiu na multidão. Seria coreana?
1 Comments:
Antonio, estou morando no Japão há pouco mais de um mês, e tudo que te chamou atenção aí na China me despertou curiosidade aqui na Terra do Sol Nascente: pantufas, miojos, pessoas de cócoras em todo lugar, gente que só come arroz e macarrão e não engorda. Ah, também fiquei bege quando vi o primeiro japonês gordo...Eles não são comuns! kkk! Abraço e boa sorte!
ps. - eu também tenho um blog daqui, Dá uma olhada se puder. www.panoramadomundo.blogspot.com
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